O secretário de Proteção e Defesa Civil, Rafael Simão, se reuniu na manhã de sexta-feira (14/06) com representantes de órgãos públicos, de instituições não governamentais e representantes da comunidade do Vale do Cuiabá para iniciar o projeto coletivo de um sistema de alerta e alarme de grande abrangência para a localidade. O projeto vai englobar estudos sobre a bacia dos rios que atravessam a região e o desenvolvimento de um sistema de alerta e de alarme para minimizar a vulnerabilidade dos moradores em situação de risco de inundação.
“Nós temos um problema aqui no Vale do Cuiabá que precisa ser resolvido. E o primeiro passo é estabelecer um planejamento para que nós possamos adotar medidas imediatas. Nós devemos também pensar em planos alternativos e que funcionem ainda antes das chuvas do final do ano. Nós não podemos impedir as chuvas, mas podemos reduzir a vulnerabilidade das pessoas”, frisou o secretário .
Entre as possibilidades consideradas durante o encontro, a população poderá contar com o recebimento de alertas por mensagem de celular em caso de cheias de rio, de forma integrada com as informações levantadas por equipamentos de medição do índice pluviométrico e das condições de cheias dos rios. Um sistema de comunicação entre as diferentes localidades da região do Vale do Cuiabá também foi discutido. Além disso, o sistema prevê o treinamento dos moradores de locais de alto risco para se dirigirem para locais seguros até que a situação de risco passe.
Segundo o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Agostinho Ogura, a integração de forças locais é um grande diferencial. “É muito importante nós fazermos esse trabalho conversando com a comunidade, porque precisamos conhecer de perto a realidade dessas pessoas para que elas saibam exatamente o que precisam fazer nas diferentes situações em que os alertas vão ser emitidos”, comentou Ogura, que irá montar uma força-tarefa no Cemaden com especialistas em inundação e desastres naturais, entre outros, para atender Petrópolis.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), representado pelo engenheiro José Carlos Grilo Carletti, também fará parte do grupo. Atualmente, o Inea está realizando obras de reconstrução da calha do rio e se colocou à disposição para contribuir com o projeto. “Essa união entre o poder executivo, legislativo e a comunidade é muito importante para todos nós”, ressaltou.
Para o presidente da associação de moradores de Boa Esperança e Vale do Cuiabá, José Quintella, a comunidade não tinha parâmetro para medição do nível de água dos rios na época da tragédia de 2011. “As pessoas não acreditavam que a água pudesse chegar à casa delas. Monitorar o volume do rio, para nós, é muito importante. Assim como temos necessidade de ter uma comunicação melhor entre todas as localidades, para que as pessoas possam informar umas às outras sobre o volume dos rios. Estou muito feliz que esse sistema esteja sendo estudado”, comentou Quintella.
A iniciativa de reunir diversas entidades para construir soluções de forma coletiva para o Vale do Cuiabá foi elogiada pelo vereador Silmar Fortes, que considerou a medida uma preocupação com a integração das forças sociais e políticas que compõem o problema. Também estiveram presentes a secretária executiva do Comitê Piabanha, Rafaela Facchetti e moradores da comunidade.