O primeiro simulado de mobilização das sirenes de alerta e alarme depois das chuvas de março aconteceu ontem nas 18 comunidades onde os equipamentos estão instalados. A base da Defesa Civil foi montada na Guarda Comunitária do Alto Independência, um dos locais mais atingidos pelo temporal. Os 22 pontos de apoio disponibilizados para atender a população permaneceram abertos para receber os moradores, esclarecer dúvidas e passar todas as orientações sobre as medidas que devem ser tomadas na ocorrência de chuva forte.
“O envolvimento da comunidade ainda ficou abaixo do esperado. Acredito que uma mobilização maior ocorra quando envolvermos a comunidade no processo, e é isso que já estamos preparando para o próximo simulado, que acontece em junho”, adianta o secretário de Proteção e Defesa Civil, Rafael Simão. “Dessa forma, todos sairão ganhando”, complementa.
De acordo com o secretário, o objetivo é desenvolver políticas públicas de prevenção e o simulado ajuda a verificar quais são os erros para corrigi-los e, num evento real, garantir que a mobilização ocorra de forma tranqüila e organizada. “Entendemos que é importante a participação das pessoas, principalmente daqueles que residem em áreas vulneráveis e, através desses simulados, também temos a oportunidade de aperfeiçoar e manter as informações das famílias atualizadas”, diz o secretário, salientando que com o cadastro é possível saber onde estão pessoas idosas ou enfermas, que precisem de ajuda para a evacuação das casas.
Para o presidente da Associação de Moradores do Alto Independência, Thiago Boa Ventura, a última tragédia mostrou a importância das sirenes. Está provado que o respeito a esse mecanismo pode salvar vidas”, disse. Ele conta que como presidente da associação de moradores, tem mantido um contato permanente com os moradores orientando e pedindo a colaboração de todos. “Queremos evitar que novas mortes aconteçam”, salienta.
As sirenes do Sistema de Alerta e Alarme estão instaladas nas ruas Amazonas, Duques, Espírito Santo, Ceará e Rio de Janeiro, no Quitandinha, e também do São Sebastião, Vital Brasil, Siméria, Independência, Taquara, Dr. Thouzet, 24 de Maio, Sargento Boening, Vila Felipe, Comunidade dos Ferroviários e João Xavier.
Atualmente, as sirenes são acionadas remotamente por meio de sensores de fibra ótica e internet 3G pela Secretaria de Defesa Civil de Petrópolis, ou manualmente nas comunidades em caso de queda de energia elétrica ou conexão, quando existe risco de deslizamento de barreiras ou outras situações adversas, oriundas de condições atmosféricas extremas.
Em seguida, inicia-se o procedimento de desocupação das áreas de risco com o deslocamento temporário dos moradores para os pontos de apoio, locais onde as famílias podem permanecer em segurança até que a situação se estabilize, a avaliação dos imóveis seja feita e a área liberada.
O sistema de acionamento das sirenes é um instrumento de alerta que não substitui a observação da comunidade e o bom senso. O morador que identificar sinais de instabilidade na moradia ou em seu entorno deve procurar local seguro.