A Conferência teve início com um ciclo de palestras. A enfermeira Fátima Coelho, da Coordenadoria de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, demonstrou dados estatísticos dos acidentes de trânsito com vítimas registrados nos hospitais na cidade, que já é a quarta causa de mortalidade por causas externas.
Por isso, desde 2004, Petrópolis conta com a Comissão Técnica de Vigilância em Acidentes de Trânsito, que trabalha anualmente ações educativas em blitzes pela cidade e desenvolve atividades voltadas para a Década Mundial de Ações Para a Segurança no Trânsito, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A agente de trânsito Suzana Pissurno, da CPTrans, apresentou a nova campanha da Companhia para a década, cuja meta é reduzir a mortalidade por acidentes. A campanha terá um caráter educativo voltado para dois focos: a importância da travessia na faixa de pedestres e a diminuição dos acidentes envolvendo motocicletas. A frota da cidade conta com 20 mil motos, que já representam 20% do total de veículos em Petrópolis.
Em decorrência do aumento desse volume, as vítimas de acidentes envolvendo motocicletas são 51% do atendimento nos hospitais, e quase metade desse contingente (47%) tem entre 20 e 29 anos. “Queremos sensibilizar os condutores, mas também os pedestres, que estão inseridos no Código de Trânsito e fazem parte desse contexto”, explicou.
Ao fim do ciclo de palestras, o mestre em Planejamento Urbano Regional, Agnaldo Goivinho, destacou o Plano de Mobilidade Urbana da cidade. O estudo já vem sendo desenvolvido por um grupo de trabalho que conta com três representantes da CPTrans, um da Secretaria de Planejamento e quatro da sociedade civil. Esta é uma exigência da Lei Federal nº 12.587, que vigora desde o mês de abril e prevê o desenvolvimento do Plano nos próximos três anos para todas as cidades acima de 20 mil habitantes.
O GT-Mobilidade está inserido no Comutran e o trabalho está em fase inicial de diagnóstico. Segundo Goivinho, este é um importante momento para se reavaliar o uso do solo na cidade e seu sistema viário.
“Levantamentos como este não são realizados há décadas e estes dados são ferramentas que contribuem para um diagnóstico voltado para o planejamento urbano. Temos agora uma boa oportunidade para isso, pois estamos discutindo o Plano Diretor, o trânsito e a mobilidade urbana. O Instituto Koeler é também uma chance de colocar Petrópolis na vanguarda do planejamento urbano novamente”, destacou.
Sociedade é eleita para o Comutran
Durante a Conferência, foi realizada também a eleição de 11 membros da sociedade civil para o Conselho Municipal de Transportes (Comutran). O pleito teve a participação de 135 votantes, que podiam escolher na cédula 11 dos 35 candidatos. Estavam aptos a participar entidades com sede em Petrópolis e todos os cidadãos maiores de 16 anos.
O conselho tem caráter consultivo e de participação comunitária, diretamente vinculado à estrutura administrativa da CPTrans. Além dos representantes da comunidade, o Comutran conta com seis membros das empresas permissionárias de transporte coletivo, três do segmento de taxi, um do transporte escolar, um dos condutores autônomos de transporte de cargas, um representante do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis, um do segmento de auto-escolas, um membro de cooperativas de transportes de turistas e/ou fretamento, dois da Câmara Municipal, e um representante das secretarias de Obras, Educação, Esportes, Planejamento e Comdep, além de cinco representantes da CPTrans.
Foram eleitos, na ordem de classificação por número de votos, os seguintes representantes: Associação de Faculdades Católicas Petropolitanas (UCP), 3ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), Sindicato dos Bancários de Petrópolis, Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos (Apea), Novamosanta, Anna Lucia Chuff Coutinho, Antonio Pastori, União Distrital das Associações de Moradores (Udam), José Paulo Ramos Martins e Cíntia Maria da Silva. As entidades eleitas terão o prazo de 30 dias para indicar seus representantes (titular e suplente).